DOURADOS MS | 21ºC.

PGJ pede condenação de prefeito por ameaçar deputado em rádio

Compartilhar:

PGJ pede condenação de prefeito por ameaçar deputado em rádio

A ação penal pelo crime de ameaça movida pelo Ministério Público Estadual contra o prefeito de Ivinhema, Juliano Barros Donato, o Juliano Ferro (PSDB), chega a sua reta final no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O caso está concluso ao relator após manifestação do procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milhan Junior, em que pede a condenação do réu.

O processo teve início em abril de 2022. O MPE denunciou Juliano Ferro, autointitulado o “prefeito mais louco do Brasil”, após uma declaração durante uma entrevista de rádio realizada no dia 24 de julho de 2021. Na ocasião, o tucano teria ameaçado “causar mal injusto e grave” ao deputado estadual Renato Câmara (MDB), ex-prefeito de Ivinhema.

“… a hora que ver que não der mais, você sabe o que acontece? Acabo com a minha vida e com a dele, já resolve esse problema, que está encaminhando para isso, desse cabra…”, disse Juliano Ferro em uma rádio de Ivinhema.

Como o prefeito tem direito a foro privilegiado, a ação penal foi ajuizada no TJMS e recebida pela Seção Especial Criminal. Entretanto, foi delegado ao juízo da 1ª Vara da comarca de Ivinhema a realização do interrogatório e demais atos instrutórios do processo.

Foram realizadas as audiências de instrução em primeira instância, nas quais foram ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação e pelo réu na defesa preliminar, e realizado o interrogatório do acusado, em julho do ano passado. Em agosto, o processo foi devolvido ao TJMS.

O relator, desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, determinou que o MPE e a defesa de Juliano Ferro apresentassem as alegações finais. Como o advogado do prefeito alegou a incompetência do tribunal para julgar o caso, o procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milhan Junior, teve de se manifestar a respeito.

Romão Avila opinou pela rejeição das preliminares do prefeito e condenação de Juliano Ferro pelo crime de ameaça. A defesa do tucano, por sua vez, sustenta que ele apenas seguiu o roteiro de perguntas feitas pelos entrevistadores. Então, reforçou que não houve “qualquer intenção de direcionar ao representante [Renato Câmara]”.

Além disso, o advogado afirmou que “ao se falar em crime de ameaça, é necessário que o representante demonstre o tal sentimento”. Além disso, apontou visitas de Renato Câmara ao município de Ivinhema e disse que o deputado não parecia se sentir ‘ameaçado’.

Esse é apenas mais um dos imbróglios jurídicos que tem como protagonista o prefeito de Ivinhema. Juliano Ferro é investigado por falsificação de documentos públicos, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.

O promotor Daniel do Nascimento Britto, de Ivinhema, instaurou inquérito para investigar a denúncia de que o prefeito falsificou documentos públicos do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para regularizar a caminhonete Dodge RAM 2500 Laramie, que foi comprada de Antônio José Rios, de Goiânia (GO), que morreu no dia 28 de fevereiro de 2020. A suspeita é que a transação ocorreu após o óbito.

O Ministério Público Estadual apurou que a Dodge RAM pertenceu ao prefeito e, também, a um empresário da cidade, mas não foi registrada no nome de qualquer um deles, acabou transferida para o nome de dois policiais militares com a utilização de documentação falsificada.

Além disso, o policial militar Rodrigo Ferreira da Silva, 43 anos, ajuizou ação anulatória de negócio e cobrança de indenização por danos morais e materiais contra o prefeito de Ivinhema, Juliano Barros Donato, o Juliano Ferro (PSDB). O litígio de R$ 769 mil é uma das consequências da Operação Contrafação, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em outubro de 2024, quando uma Dodge Ram 2500 Laramie foi apreendida.

Fonte: O Jacaré

Deixe seu comentário