A disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) ganhou novos desdobramentos nesta sexta-feira (4), após o diretório estadual do PDT anunciar oficialmente que não aceitará o retorno do deputado estadual Lucas de Lima ao partido. No mesmo comunicado, a legenda declarou apoio à suplente Glaucia Iunes, que ingressou com ação na Justiça Eleitoral alegando infidelidade partidária por parte do parlamentar.
De acordo com nota enviada ao Midiamax, “a solicitação formal de refiliação do deputado Lucas de Lima foi recebida, porém será negada”. O partido ainda afirmou que, com essa decisão, “a suplente Glaucia Iunes passa a ter o caminho aberto para buscar a vaga, e o processo agora depende exclusivamente dela”.
O impasse entre Lucas de Lima e o PDT teve início durante as eleições de 2024, quando o deputado deixou a sigla e se filiou ao Partido Liberal (PL), o que gerou atritos internos. Posteriormente, por força de decisão judicial, Lucas foi obrigado a retornar ao PDT. A medida ocorreu após o partido recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a autorização de desfiliação concedida anteriormente pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS).
“Eu precisei deixar o PL devido a uma determinação judicial. O PDT recorreu da decisão inicial do TRE-MS, que havia autorizado minha saída por justa causa. Uma decisão monocrática do TSE favoreceu o PDT, o que me obrigou a voltar ao partido”, explicou Lucas de Lima, em entrevista.
Com base nesse histórico, a suplente Glaucia Iunes — cunhada do ex-prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB) — ingressou com uma ação no TRE-MS, alegando que houve infidelidade partidária por parte do deputado. Segundo ela, Lucas de Lima deixou o partido sem apresentar justificativa legal válida, o que, segundo entendimento do TSE, caracteriza desrespeito às normas partidárias.
Glaucia busca assumir imediatamente a cadeira na Assembleia Legislativa e fundamenta sua ação em uma decisão do próprio TSE, que não reconheceu justa causa na desfiliação de Lucas. O processo está em análise no TRE-MS, que tem até 60 dias para apresentar uma decisão.
Lucas de Lima, por sua vez, nega ter cometido infidelidade partidária. Em nota, o deputado afirmou que está amparado por decisões judiciais anteriores e demonstrou surpresa com a ação protocolada por Glaucia Iunes. Ele também ressaltou que ainda há recursos em tramitação no TSE, o que pode influenciar no resultado final da disputa pela vaga.