A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão nas casas dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, nesta terça-feira (26), durante a Operação Sisamnes, em Cuiabá. Os dois estão afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de sentenças. A PF também prendeu o lobista Andreson Gonçalves, apontado como intermediário das vendas.
A partir de agora, os dois magistrados serão monitorados por tornozeleira eletrônica, informou a PF.
Em nota, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informou que está ciente do caso e se colocou à disposição para o fornecimento de informações necessárias ao andamento das investigações.
O g1 entrou em contato com a defesa dos desembargadores e do lobista, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) informou que está acompanhando o caso.
Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados — Foto: Reprodução
Andreson Gonçalves, apontado como o principal lobista do advogado Roberto Zampieri, morto no ano passado, também foi alvo de outra operação da PF, em outubro deste ano. A PF também cumpriu um mandado de busca e apreensão no escritório do advogado, nesta terça-feira (26).
Segundo a polícia, a operação tem como objetivo investigar crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e vazamento de informações sigilosas
As investigações apontam para um suposto esquema de venda de decisões judiciais, envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados.Também são investigadas negociações sobre o vazamento de informações sigilosas, como detalhes de operações policiais.
Ao todo, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva em Cuiabá e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
As investigações começaram quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) descobriu que os dois desembargadores mantinham uma amizade com o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano passado, e recebiam vantagens financeiras para julgarem recursos de acordo com os interesses do advogado.
O grupo pedia dinheiro para beneficiar partes de processos judiciais ilegalmente. Em seguida, emitia decisões favoráveis a esses "clientes", ainda conforme investigações.
A Polícia Federal também investiga negociações ligadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.
Fonte: G1 - Globo