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El Loco - Canobbio, do Athletico-PR, detona Bielsa, técnico do Uruguai: "Falta de respeito" Despedida - A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projetou, na última semana, embarques de milho em ritmo abaixo dos números de 2023. Na mesma linha, as exportações mais lentas estão em linha com os estoques atuais acima dos observados no ano passado. No cenário internacional, a safra norte-americana do cereal segue sem tropeços. Assim, o milho encerrou a semana cotado a US$ 4,25 o bushel (+1,92%) em Chicago, para o contrato com vencimento em dezembro de 2024. Já no Brasil, na B3, recuou 1%, fechando a semana a R$ 68,01 por saca. O que esperar do mercado de milho Pecuária e demanda de milho: o boi gordo é um dos maiores demandantes de milho, mantendo correlação direta entre os preços da arroba e da saca do cereal. Nas últimas semanas, a arroba registrou valorização de cerca de 30%, contribuindo para a alta nas cotações do milho. Apesar da melhora nas margens do pecuarista não indicar uma explosão imediata de demanda, o cenário abre novas perspectivas para a próxima safra de inverno. A expectativa de uma redução significativa na área plantada para a próxima safrinha começa a pesar na balança entre oferta e demanda do milho. Oferta de milho: com a safra praticamente encerrada e o foco na oferta do próximo ciclo, o atraso no plantio da safra pode comprometer a janela do milho safrinha, olhando para a possível necessidade de replantio. Essa situação deverá causar atrasos em cadeia significativos, em especial pensando em milho safrinha, afastando os produtores da janela ideal de cultivo. Como consequência, é esperada uma redução expressiva na área plantada do cereal, impactando diretamente a oferta de milho no Brasil, o que já está no radar de precificação. Safra norte-americana: a colheita satisfatória deverá continuar pressionando os preços contra altas mais significativas, considerando que na última semana o milho fechou positivo. Esse é o fator de maior influência no curto prazo que se tem no radar do mercado mundial. "Em vista da baixa demanda pelo cereal, olhando para números históricos, o cenário pessimista permanece para o milho. Impactos passíveis de elevar as cotações do grão de forma mais acelerada normalmente são projetados para o próximo ano. Em função disso, podemos ter mais uma semana negativa", diz a análise da Grão Direto. Agronegócio - Mercado do milho deve ser influenciado por 3 fatores nesta semana Tricolor Paulista - Entenda o fundo de investimentos que o São Paulo montou para levantar R$ 240 milhões Faixa de Gaza - Israel e Hezbollah travam primeiro combate direto desde o início da guerra Israel anunciou ações BET - Apostadores terão 10 dias para sacar valores de bets irregulares que forem proibidas, diz Haddad PF - Polícia Federal prende homem procurado em operação contra fraudes bilionárias com fintechs
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Polícia Federal prende homem procurado em operação contra fraudes bilionárias com fintechs

Operação Concierge foi deflagrada no final de agosto e revelou esquema de lavagem de dinheiro com prejuízo de R$ 7,5 bilhões. Até a publicação, 15 pessoas foram presas e uma ainda está foragida.

Por Clezer Gomes em 30/09/2024 às 10:59:14

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta segunda (30), um homem que estava foragido na investigação da Operação Concierge, deflagrada em de agosto e que revelou fraudes bilionárias a partir de fintechs.

A quadrilha é suspeita de liderar um complexo esquema de blindagem patrimonial e lavagem de dinheiro de clientes diversos, entre eles facções criminosas e empresas com dívidas na Receita Federal, que movimentou R$ 7,5 bilhões. De acordo com a PF, o investigado foi preso em Votorantim (SP) e atuava em uma das fintechs investigadas.

Ao perceber a chegada dos policiais, o empresário fugiu para a mata atrás do condomínio onde ele estava escondido, mas foi detido pelos agentes. Até a publicação, 15 pessoas foram presas - sendo 14 quando a operação foi deflagrada. Um homem segue foragido.

A investigação aponta que as fintechs fizeram transações suspeitas sem que os bancos notificassem os órgãos de controle. Além disso, diz que, ao não controlar as transações de pessoas físicas, os bancos descumpriram regras do setor bancário e, com isso, facilitaram o cometimento de crimes.

"As instituições financeiras oficiais (Banco Rendimento e Banco Bonsucesso) burlaram os regulamentos do Banco Central e autorizaram a utilização de suas contas bancárias como "contas bolsões" por parte dessas instituições financeiras clandestinas, as quais, repita-se, movimentaram vultosa quantia de recursos criminosos, sem nenhum tipo de controle pelos órgãos competentes e até mesmo dificultando a análise por parte dos órgãos responsáveis pela persecução penal", apontou o MPF.

Facções como clientes

A organização criminosa investigada pela Polícia Federal (PF) na Operação Concierge é suspeita de lavar dinheiro do tráfico de drogas e esconder valores para a UPBus, empresa de ônibus suspeita de envolvimento com o PCC.

Na decisão que autorizou os 17 mandados de prisão cautelar e os 60 mandados de busca e apreensão, constam ao menos dois vínculos entre fintechs e a facção criminosa que atua em São Paulo (SP).


A operação

Carros apreendidos chegam ao pátio da Polícia Federal em Campinas — Foto: Márcio Silveira/EPTV


A Operação Concierge foi flagrada na manhã do dia 28 de agosto. As 14 prisões foram feitas nas casas dos investigados em Campinas (SP), São Paulo (SP), Ilhabela (SP), Sorocaba (SP) e Americana (SP). As apreensões ocorreram em vários estabelecimentos, incluindo lojas de veículos. A Justiça ainda autorizou o bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa.

Sob escolta, carros de luxo apreendidos foram levados ao longo do dia para o pátio da PF em Campinas e para um estacionamento alugado pela corporação. São utilitários esportivos e carros esportivos de marcas, como Porsche, Land Rover, BMW, Volvo e Mercedes-Benz.

Ainda de acordo com a PF, os agentes também apreenderam jóias, relógios e centenas de máquinas de cartão de crédito, além de documentos, celulares e computadores. Os itens devem passar por perícia e depois ficarão depositados em uma conta judicial.

Sócios das empresas entre os presos

O g1 apurou que as empresas investigadas na operação são a Inovebanco e a T10 Bank. Os sócios das duas companhias, Patrick Burnett e José Rodrigues, respectivamente, foram presos no dia da operação.

A EPTV, afiliada da TV Globo, e o g1 tentaram contato com a T10 Bank para tentar um posicionamento da defesa, mas não tiveram retorno. A Inove Global Group afirmou que os advogados da empresa tiveram acesso ao conteúdo da investigação nesta quinta.

"A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa, o que ficará demonstrado ao longo do processo. E ressalta sua total disposição em colaborar com as investigações", diz a Inove, em nota.

Como funcionava o esquema?

As fintechs investigadas possuem uma conta corrente como pessoa jurídica em um banco comercial tradicional. Essa conta é chamada de "bolsão" e serve para fazer transações com o dinheiro de seus clientes de forma "invisível", pois é praticamente impossível rastreá-las. Veja o exemplo abaixo:

  • A pessoa física "A" tem contas bloqueadas e quer se manter ativa no mercado financeiro, fazendo transações, recebendo e enviando valores. Ela, então, abre uma conta com a fintech e a controla por meio de um aplicativo;
  • Essa pessoa "A" faz uma transferência para a pessoa "B" por meio desse aplicativo;
  • A fintech, por sua vez, tem uma conta corrente como pessoa jurídica em um banco comercial tradicional;
  • Quando transfere um valor para a pessoa "B" por meio da fintech, na verdade, a pessoa "A" está transferido para a conta jurídica que a fintech tem no banco comercial.
  • Como a pessoa "A" não tem vínculo com o banco comercial, seu nome não aparecerá no extrato, mas, sim, a fintech titular da conta. A transferência para a pessoa "B", por sua vez, aparece no extrato tendo como origem a pessoa jurídica da fintech e não a pessoa "A". Nesse esquema, a pessoa "A" fica invisível e pode manter seu patrimônio livre de restrições.

    A investigação aponta que o volume de dinheiro movimentado a crédito pelas duas fintechs, entre 2020 e 2023, foi de R$ 3,5 bilhões, segundo a Polícia Federal.

    'Concierge'

    Os investigados vão responder por gestão fraudulenta de instituições financeiras, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.

    O nome da operação, "Concierge", é uma palavra francesa que denomina o profissional que atende necessidades específicas de clientes e faz alusão à oferta de serviços clandestinos para ocultação de capitais.

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