O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, concretiza nesta sexta-feira (9) sua saída do PSDB e filiação ao PSD, de Gilberto Kassab. Com isso, Eduardo Riedel resta como único chefe de Executivo estadual no ninho tucano, que luta para manter resquícios de sua existência mesmo com a fusão com o Podemos.
“As circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos”, disse Eduardo Leite em nota oficial divulgada na quinta-feira (8), depois de 24 anos filiado ao PSDB. Na última eleição presidencial, em 2022, o governador cogitou se lançar candidato a presidente da República, e chegou a se desincompatibilizar do governo gaúcho, mas o plano não avançou.
Leite, que desta vez pretende efetivamente concorrer à Presidência, é um dos tucanos descontentes com as negociações de fusão com o Podemos, que estão em vias de conclusão. Ele chegou a citar a fusão em seu texto de despedida do PSDB.
“O próprio PSDB vive um novo momento, refletindo sobre seus rumos e discutindo uma possível fusão com o Podemos. Desejo muito sucesso a essa trajetória e a todos os que a integram”, escreveu o governador gaúcho.
Eduardo Leite participou, de forma remota, da reunião da executiva nacional da sigla que autorizou a fusão, no dia 29 de abril.
Com a saída de Raquel Lyra (Pernambuco) e de Eduardo Leite, o PSDB fica apenas com Eduardo Riedel como governador. O chefe do Parque dos Poderes tem flertes com o PP, PSD e PL, mas seu destino segue indefinido.
Apesar de ser forte em Mato Grosso do Sul, com 45 prefeituras, o PSDB deve sumir do mapa após quase quatro décadas porque perdeu densidade eleitoral no País.
A legenda, pela qual Leite foi filiado desde o início de sua trajetória política, afirmou lamentar “que essa decisão ocorra exatamente no momento em que o PSDB está se reconstruindo e se fortalecendo”.
Em nota oficial, o PSDB manifestou “respeito à decisão do governador Eduardo Leite de escolher outro partido para dar continuidade à sua carreira política”, mas também o alfinetou. “Desde a sua fundação, o PSDB nunca escolheu o caminho mais fácil, mas o mais coerente com nossos princípios e valores”, pontuou a sigla, que reforçou que a escolha de se fundir com o Podemos foi para fortalecer seu projeto, decisão que “contou inclusive com o voto do próprio governador”.
A decisão por unir forças com o Podemos, inclusive, foi também citada na nota divulgada por Paulo Serra, presidente estadual do PSDB em São Paulo.
“Nós, detentores dos valores históricos do PSDB do estado de São Paulo, seguiremos firmes no propósito da fusão com o Podemos, porque entendemos que nosso País é muito maior que só dois lados”, disse Serra.